terça-feira, 7 de julho de 2009

Andar parado

É uma atitude bem puritana, neste momento, protestar pela renúncia do presidente de Sarney e, assim, erradicar a peste corrupção do Congresso.

O Senado está uma tristeza só. Houve de tudo e mais um pouco. Em suma, aquela já conhecida impossibilidade de distinguir o público e o privado, assunto no qual nossos administradores são Doutores. O Senado é uma barra-funda e eu não preciso mais tocar em tal assunto.

Na esteira desta situação, pessoas, as mais várias, pedem, como uma matilha em latido uníssono, pela a saída de Sr. Sarney.

Com um porém: parte desta matilha joga ideologicamente (e não simplesmente para restaurar “o respeito e a integridade da Casa”); outra parte, a sociedade, desconhece (ou aparenta fazê-lo, ao menos) o problema em questão – acredita que,” Sarney saindo, Senado progredindo”. E os outros senadores, que foram ‘agraciados’ por Agaciel? E a antiga Mesa Diretora? E estes ‘outros’, que, agora que Sarney está nos flashes e nos jornais, aproveitam para se esconder e - cinicamente – aclamam que Sarney se afaste?

(Longe de ser este texto um apoio ao Dr. Sarney, que, é claro, deve pagar pelas sandices que cometera. Ele, bem como a enxurrada de senadores ‘desviados’ - que, se púdessemos contar daria, quiçá, um time de futebol, com reservas e tudo!)

É uma atitude bem puritana, portanto, neste momento, protestar pela renúncia do presidente do Senado e, assim, erradicar a peste corrupção do Congresso. Entretanto, não passa dum puritanismo demasiado ingênuo.

Porque se se faz isso sem entender, antes, que o Legislativo brasileiro tem um problema de ordem estrutural – ou seja, as relações e práticas ali reinantes não nasceram ontem, mas sim tem mecanismos já consolidados e legitimados, quase que socilamente – e que, portanto, a importância de Sarney é tão-só política (e a oposição está sabendo jogar com isso) - no mínimo, uma reconfiguração de peças, por assim dizer, e não no sentido de que sua saída represente um “Congresso Novo”, uma reforma, o que se tenta, com manifestações, discursos e afins, não passa de um desejo de andar. Mas um desejo de andar que, sem se saber o porquê, não sai do lugar.

1 comentários:

Unknown disse...

Linkei vc no meu blog, Marcio! O esquema não é congresso novo, é um não congresso! hahahahaha
Abraço

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